quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

IMPREVISTOS ACONTECEM


Inacreditavelmente o PR decidiu não ir visitar uma escola por saber - quando já se encontrava a caminho - que os alunos esperavam-no ansiosamente para se manifestarem por causas que aqui não importa se justas ou se próprias da irreverência de ser jovem e de ser estudante ou as duas. 

É, para mim, inaceitável que o Presidente da República que se auto-intitula Presidente de todos os Portugueses, se armasse em monarca mimado e fugisse do descontentamento de uma centena de populares armados somente com cartazes atabalhoados e alguns imperceptíveis.

Que exemplo bem elucidativo de quem sempre governou em estreita linha com a ditadura. 
Das suas funções no Banco de Portugal em 1977 (curioso: o FMI tb cá esteve nessa altura), passando pela sua entrada na política, pela mão do Dr. Francisco Sá Carneiro, exercendo as funções de ministro das finanças em 1980-1981, de onde saiu para a Assembleia da República para o cargo de presidente do agora Conselho Económico e Social (outra vez curioso: O FMI esteve cá nesta altura outra vez), 1º ministro com culpas extremas na má aplicação dos fundos recebidos da CEE para o desenvolvimento de Portugal, acaba como Presidente da República (e… certo!! o FMI está cá outra vez!! Começa a denotar-se um padrão!) evitando manifestações quase que espontâneas de estudantes, alegando “um impedimento”, meia hora depois da hora marcada para a visita! 

É vergonhoso e irresponsável por parte de um chefe de estado o desrespeito manifestado e o desconhecimento mostrado pelo povo que governa.  

Cavaco sempre gostou de ser rei e senhor, de governar sem dar cavaco (passe o trocadilho). Se se recordam, como 1º Ministro as insolências resolviam-se à pancada, atiçando a força de intervenção para o local, tendo chegado ao extremo de haver polícias a bater em polícias! 
Do mal o menos e aprendeu que um povo não se pode governar assim, ainda para mais o actual momento não é propício a acender rastilhos, pelo que seria imprudente exercer a mesma política. Tomou uma decisão mais política e bateu em retirada (estratégica).

Para quem dizia que nunca tinha dúvidas e raramente se enganava isto não anda a correr nada bem!
O momento actual relembra-me o nosso compositor/cantor Jorge Palma com uma canção que 20 anos depois continua muito actual “Ai! Portugal, Portugal do que é que tu estás à espera, tens um pé numa galera e outro no fundo do mar”


Deixai-me rir, com todo o respeito!! 


Jornal Público

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O ACORDO DA NOSSA ORTOGRAFIA DESACORDADA


Sendo um fervoroso adepto anti-acordo ortográfico, rejubilo com a decisão do recém-empossado Presidente do CCB, Vasco Graça Moura, ordenando a não aplicação do novo acordo ortográfico, bem como a desinstalação dos conversores de texto dos computadores afectos ao CCB e que respeitem o novo AO.
Esta decisão, levou a que FLUL suspendesse a instalação do mesmo e também já o Jornal Estatal de Angola manifestou a sua recusa em aderir ao novo AO.

Mantenho a esperança que lobbies económicos não comprem a identidade de uma Nação e de um povo.

Não me considero retrógrado, nem inflexível quanto à evolução da língua. Desde os primórdios dos tempos que assim é, sabemos que o que (ou quem) não se adapta ou evolui, perece! 
E acaba por se extinguir sem misericórdia nem piedade. Linguisticamente, o latim é o no exemplo mais conhecido

Ora, sabendo muito bem da necessidade evolutiva que as línguas têm, não sou contra a suas evoluções, mas quem as deve fazer é o povo, quem comunica, o falante, de dentro de uma nação para fora, nasce no âmago dos seus cidadãos, nas nas duas veias mais populares, foi assim que aqui chegámos. Não se evolui a língua de fora para dentro, ou por decreto-Lei para satisfazer as necessidades de editoras ou só porque nos apetece. 
O mercado brasileiro é enorme? Sim! É!! E depois?
Por acaso o mercado Americano, ou Sul Americano também não é maior que o Inglês e o Espanhol?  E estes países importaram-se com isso? De forma nenhuma!! 
Continuaram a viver, a falar e a escrever como eles sabem. Evoluções?!? Sim! Mas concretas!! Objectivas, mínimas!
Sem atropelos trôpegos e sem sentido às palavras e às famílias das palavras, bem como a sua origem!
Pelo novo acordo, temos coisas que roçam o ridículo, duas como ex.
1)  O Egito (deixa de ser Egipto) mas os seus cidadãos são de nacionalidade EgíPcia!! Isto faz algum sentido? 
     E pensava eu que os nomes não sofriam alteração, pelos vistos sim! Alguns!! É à vontade do Freguês!! Pq Honduras não muda (não se lê o H, mas continua lá!) Trapalhada total!!

2)  Na frase “o pato do diabo é um fato político” que estou eu a dizer? estou a falar de um pato malvado que “usa” um disfarce político ou de um pacto diabólico que é um facto da política, ou ainda se o pacto maldito é um disfarce político?  Pois, quase que parece uma lei recém-criada que na dúvida da sua leitura depende da interpretação e vontade do legislador.
Não me venham com demagogias, dizendo que o Brasil também fez concessões. Por ex. vão deixar de ter o trema (¨)! Mas desde quando é que o Português teve essa pontuação na sua escrita?!!??!! Como é q vai desaparecer? Nunca devia ter aparecido se escrevessem Português!!!!
Um povo, uma Nação soberana, têm no cunho da sua moeda, na sua bandeira e na sua língua a sua própria identidade.
Moeda já não temos, a língua está a ser violentada, resta-nos a bandeira… deixem-me que me  lamente por achar manifestamente pouco!!   
Bem haja Vasco Graça Moura!!  ( e seus seguidores) 

P.S. Alerto que este texto não tem qualquer sentido xenófobo para com o Brasil ou Brasileiros. É somente dirigido ao novo (des)acordo ortográfico. 

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A TRADIÇÃO JÁ NÃO É O QUE ERA


Nesta praia à beira-mar plantada, mal frequentada por governantes autistas (desde que um rapazote se armou em cavaleiro para nunca mais voltar), estes governantes com manias de iluminados e julgando-se tiranos e ditadores, chegamos ao mesmo de sempre!

Este país vive numa espiral perigosa de vivência e governação desgastante e destrutiva, a prova de que somos um povo muito capaz, é todos os dias mostrada a quem a quiser ver e / ou analisar.  

Se com estes governantes que temos tido desde 1557 temos conseguido, mesmo assim, erguermo-nos como povo e singrarmos numa aldeia global feroz, e desleal como nunca em outra altura houve, é porque somos um povo nobre e heróico cheio de valor, humildade e solidariedade.

Uma nação valente pois passámos imenso, privados de ainda mais, desde a epopeia de constituir Portugal como país, com muito sangue suor e lágrimas, às descobertas marítimas (onde demos novos mundos ao mundo), depois... 
Bem depois, sobrevivemos à pirataria Holandesa, aos Corsários Britânicos, à peste e outras pandemias, à governação Espanhola, às invasões Francesas, a tremores de terra e maremotos, a duas Guerras mundiais, ao colonialismo e à descolonização, a tiranias e ditaduras, à monarquia e ao primeiro centenário da república. 
Por tudo isto, com certeza que também iremos sobreviver à democracia, assim como à autocracia que hoje impera. 
Tais privações deverão ter gerado um gene Tuga em que alguns concidadãos são abençoados ou amaldiçoados (cada um que escolha), um gene que lhes permite estar na política, e nalguns casos extremos chegar ao poder e até governar.
Vivemos hoje como na época medieval no puro feudalismo, aproveitado pelos grandes patrões que se acham nobres - e bons samaritanos por empregarem servos e vassalos - conseguindo demonstrar aos acéfalos da nossa governação que os trabalhadores e os seus principescos salários é que são os culpados da situação económica em que agora se encontra Portugal.

Mas nem tudo é assim tão cinza-negro! 

O feudalismo também caiu, em grande parte devido à intensa exploração camponesa que os nobres exigiam e taxavam aos seus servos.

Pois, governar assim qualquer pessoa consegue (mesmo nem tendo o tal gene extra), é preciso mais dinheiro? cobra-se mais impostos! É preciso menos despesa? corta-se na educação, saúde, justiça e sistema social.

O nosso PM diz que “O país não se pode dar ao luxo de manter tradições”, e por isso não há tolerância de ponto no carnaval (já vi este filme em qualquer lado). 

Ok!! - Diz a malta - Como queiras!! 
- oh! Pedrinho tu é que sabes magano!! 

As regiões autónomas da Madeira e dos Açores, bem como, os municípios de Lisboa, Porto, Sines, Cascais, Faro, Torres Vedras, entre muitos outros trataram de manter a tradição de não ligarem ao que o governo diz e declararam tolerância de ponto aos funcionários públicos das suas competências (também já vi este filme, e acho que pertencia ao mesmo)

É bom ver que a tradição já não é o que era!!!  


AMC

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

AFINAL NÃO SOU O CENTRO DO MUNDO


Uma das coisas que nós todos (penso eu) gostaríamos de saber, é que – pelo menos – em alguns momentos fizemos a diferença e fomos parte integrante e importante na vida de alguém.

É com uma sensação de tristeza que se descobre que as coisas só são o que as outras pessoas deixam ser. Ainda que nos tenham dito que somos o centro do mundo, esse momento é efémero e só é válido enquanto a outra pessoa deixar.

Por tudo o q vivi, partilhei, criei e planeei pessoalmente e em família, todos os projectos sonhados, foram dizimados com uma separação brusca, inesperada e …. (reconheço agora), tardia!

Uma frase de uma canção dos Dire Straits, “Romeo and Juliet” ganhou subitamente sentido e personalização ao compreender que a minha existência foi apagada na vida de outra pessoa com quem envolvi a minha vida que gerou uma outra vida. 

“Who!?!? Romeo!?!?;  Oh Yeah! I use to have a scene with him”  

Desejamos ser especiais, desejamos marcar a diferença, mas no final somos apenas mais uma pessoa como outra qualquer e só somos essenciais por breves momentos.  

AMC

EU SOU O CENTRO DO MUNDO



Não percebo pq as pessoas dão mais importância aos relacionamentos falhados, que aos relacionamentos conseguidos. Por norma, a dor inspira a mente, por isso tem-se a ideia de que o poeta é um sofredor e por isso capaz de produzir textos lindos e apelativos.


Será mais normal ler em blogues a dor manifestada pelo terminar de uma relação, do que a alegria por encontrar o Amor. 


Os blogues são meramente o exemplo prático e comum dos meros mortais desconhecidos do mundo, mas procurando exemplos mais célebres encontrarmos nas canções mais melodiosas e bonitas, se atentarmos na letra, a dor de um amor perdido ou não correspondido. Afinal, só levado à conclusão de que a maior força do nosso universo não é o Amor!!! É a nossa dor, a nossa mágoa, o sentirmo-nos tristes e sós, o nosso egoísmo. É, para mim, de facto lamechas sentirmos pena de nós próprios.  


Quando se fala a rodos de solidariedade, de ajuda ao próximo, de partilha, e outras demagogias que mais, estamos a ser falsos. Afinal o que interessa somos NÓS!!!


Se Amor é algo transcendental e altruísta, não serve!!! “Ya! OK! Tá-se bem!”, mas na realidade somos uma sociedade global, virada para dentro de nós, onde nós somos mais importantes que tudo o resto e só o nosso bem-estar interessa.  

Não quero com isto dizer que isso é mau ou é bom, lamento apenas que sejamos assim por vezes!  


AMC