Inacreditavelmente o PR decidiu não ir visitar uma escola
por saber - quando já se encontrava a caminho - que os alunos esperavam-no
ansiosamente para se manifestarem por causas que aqui não importa se justas ou
se próprias da irreverência de ser jovem e de ser estudante ou as duas.
É, para mim, inaceitável que o Presidente da República que
se auto-intitula Presidente de todos os Portugueses, se armasse em monarca mimado
e fugisse do descontentamento de uma centena de populares armados somente com
cartazes atabalhoados e alguns imperceptíveis.
Que exemplo bem elucidativo de quem sempre governou em
estreita linha com a ditadura.
Das suas funções no Banco de Portugal em 1977
(curioso: o FMI tb cá esteve nessa altura), passando pela sua entrada na
política, pela mão do Dr. Francisco Sá Carneiro, exercendo as funções de
ministro das finanças em 1980-1981, de onde saiu para a Assembleia da República
para o cargo de presidente do agora Conselho Económico e Social (outra vez
curioso: O FMI esteve cá nesta altura outra vez), 1º ministro com culpas
extremas na má aplicação dos fundos recebidos da CEE para o desenvolvimento de
Portugal, acaba como Presidente da República (e… certo!! o FMI está cá outra
vez!! Começa a denotar-se um padrão!) evitando manifestações quase que
espontâneas de estudantes, alegando “um impedimento”, meia hora depois da hora
marcada para a visita!
É vergonhoso e irresponsável por parte de um chefe de
estado o desrespeito manifestado e o desconhecimento mostrado pelo povo que
governa.
Cavaco sempre gostou de ser rei e senhor, de governar sem
dar cavaco (passe o trocadilho). Se se recordam, como 1º Ministro as insolências
resolviam-se à pancada, atiçando a força de intervenção para o local, tendo chegado ao
extremo de haver polícias a bater em polícias!
Do mal o menos e aprendeu que um povo não se
pode governar assim, ainda para mais o actual momento não é propício a acender rastilhos, pelo que seria imprudente
exercer a mesma política. Tomou uma decisão mais política e bateu em retirada (estratégica).
Para quem dizia que nunca tinha dúvidas e raramente se
enganava isto não anda a correr nada bem!
O momento actual relembra-me o nosso compositor/cantor Jorge
Palma com uma canção que 20 anos depois continua muito actual “Ai! Portugal,
Portugal do que é que tu estás à espera, tens um pé numa galera e outro no
fundo do mar”