terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O SILÊNCIO DOS BONS


Todas as sociedades e povos democráticos são hoje escravos da sua própria liberdade sem terem noção de que a perderam por completo!
A máquina está bem montada e oleada, demorou sensivelmente um século, mas conseguiram!

O livre arbítrio hoje é uma ilusão, o poder de escolher é uma ideia que nos é vendida como banha de cobra. Não temos escolha nenhuma!

Em Portugal, podemos votar PSD, PS, CDS, BE, PCP ou outro qualquer que a máquina está totalmente oleada para que o trabalho dos anteriores continue.

Somos obrigados cada vez mais a trabalhar para podermos sobreviver, somos obrigados a acatar leis que noutro paralelo são delitos!

A título de exemplo e não viajando até um passado muito longínquo, constatamos que os últimos governos que se apropriaram da AR foram conseguidos por meios pouco legítimos. Sim, pouco ou nada legítimo, pois é um acto punível por lei o facto de mentir, ludibriar e ou extorquir, intimidar, ameaçar e coagir, para ganhar eleições. Puniu-se alguém? Não! Ninguém! Foram autorizados a governar!
Mas há mais;
Extorsão é crime! Mas o governo aumentar imoral e escandalosamente os impostos é Lei.
Intimidar e ameaçar é crime! Mas o governo aponta-nos as mesmas armas mas apoiados nas Leis.
Agiotagem é crime! Mas os bancos e outras sociedades financeiras estão apoiados em Leis que os legalizaram para esse efeito!
Subornar é crime! Aqui não estão apoiados em nenhuma Lei, mas sabemos que estão acima da Lei sem serem responsabilizados. 
Matar, instigar ou ferir mortalmente alguém é crime! Mas os governos são responsáveis em grande escala por suicídios que curiosa mas lamentavelmente aumentaram desde que este executivo tomou posse e iniciou a política de austeridade. 

Razão tinha quem disse que um grupo terrorista só é apelidado de terrorista enquanto não chega ao governo.

Por isso e não querendo acreditar que somos governados por uma elite de mentecaptos, resta-me concluir que somos governados por operacionais terroristas, enquanto os cabecilhas se escondem e os movimentam como marionetas oferecendo-lhes compensações pelos serviços que prestam sempre em prol do lucro, que nos deixa presos e escravos do "todo-poderoso” dinheiro.

Somos escravizados pela forma e inerência de empréstimos contraídos pelo direito de ter uma casa (direito sim! e constitucional!). Engraçado, mas sem graça nenhuma, o facto de andarmos a ser explorados pelo governo e vermos o nosso ordenado minguar mês após mês e não ter sido levado em conta que muitos contraíram empréstimos para casa com base num ordenado líquido que agora não existe!
Os bancos, esses não querem saber dos cortes, a prestação continua igual. E onde foi parar a solidariedade imposta pelo estado neste aspecto?
Em lado nenhum! Nunca, sequer, foi equacionada!

Solidariedade só para pagar um tributo, um imposto que de solidariedade pouco tem! Recapitalizam a banca para que esta possa continuar a sugar-nos o fruto do nosso trabalho. A banca que deveria ser o motor da economia de um país, mas que em Portugal foi nos últimos anos o seu travão!
Perdoam dívidas de milhões aos empréstimos de figuras públicas, suportando o estado essas mesmas dívidas, ou seja nós! E por sermos nós o Estado somos nós que pagamos!
Andam a tomar decisões da mesma forma que eu tomo decisões quando jogo poker online, com dinheiro virtual e fictício, o dinheiro não me sai do bolso pelo que posso apostar o que quiser sem preocupações pois não irá custar nada! O dinheiro não é meu!
E assim se tomam decisões, com dinheiro que não é dos governantes, mas que sabem amealhar para os compadres e para os Padrinhos desta máfia enorme montada em cima da legalidade, mas com a conivência e subserviência dos que governam.


Agora querem criar mais um banco, banco de fomento, um banco do estado para fomentar a economia nacional!?! Então não tínhamos a CGD para isso? Não serve?! Está mais virada para o mesmo sector dos bancos privados!? Então porque é que o nosso banco do estado (CGD) não foi escolhido para a tal ida aos mercados e foi o BES? Afinal, a CGD com Presidentes, Directores, CE, e Administradores pagos principescamente tal como nos privados não tem capacidade, conhecimento e astúcia para tal operação? Não!? TEM?!? Então conseguem-me explicar porque é que Grupo BES aparece sempre colado ao governo?
Como dizia a escolha é uma ilusão e de pouco importa o energúmeno que escolhemos para chefe de governo, no final continuaremos a ser governados por agiotas.

Uma das famílias mais importantes e influentes que prosperaram com a desgraça das guerras e à qual os países ficaram manietados por força do dinheiro exclamou um dia
"Dêem-me o controlo do dinheiro de uma nação e não me importo com quem faz as leis" - Mayer Amschel Bauer Rothschild 

A única verdadeira escolha que poderemos fazer, que poderá abanar os alicerces da tirania que nos detém presos e escravizados está contida numa outra citação muito mais célebre, proferida por alguém que um dia teve um sonho

Martin Luther King disse "O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons"

E a nossa única escolha reside em acreditarmos nos nossos sonhos para que ao acordarmos deixarmos de ser uma maioria silenciosa….


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A NOSSA DIGNIDADE - MÚSICA DE PAQUITO EMBANDEIRADO

Ao que parece o Relvas deu a mão à senhora numa escada para a ajudar a descer - como verdadeiro cavalheiro - e deram-lhe logo a equivalência ao namoro, como lhe deu um beijo na cara depois (por se achar namorado) deram-lhe a equivalência para um casamento por supostamente ter engravidado a moça!

O estalo que se seguiu foi logo considerado violência doméstica de um arrufos de namorados.

Música para a entrada do noivo na cerimónia de Março! - Música do Embandeirado Paquito por se adequar muito bem em qq caso de violência doméstica!

A NOSSA DIGNIDADE

Eu nasci atrás de um beco
À beira do Partido
Sinto orgulho quando vejo
As trafulhices que me fizeram rico!

Uma moça da cidade
Chamou-me de provinciano
Dei-lhe uma carga de porrada
Mas depois tive que fugir do seu mano

Eu nasci atrás de um beco
À beira do Partido
Sinto orgulho quando vejo
As trafulhices que me fizeram rico!

Ai! Relvas, Ai! Relvas
Privatizações à vista.
És contrabandista
Desde tenra idade
Só pensas em ti e em boa verdade
até tens em carteira
a venda da nossa dignidade
A nossa dignidade
A nossa dignidade.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

ESPERANDO A NOITE DE LUA CHEIA


A Casa com quase um milénio de magnificência histórica, tinha nos últimos 2 séculos vindo a depauperar-se fruto da ingenuidade, incompetência e ambição dos que tomavam conta dela como se fosse deles.
A Casa, agora carecia de obras, muitas obras de restauração, outras partes da Casa na herdade precisavam de ser demolidas para se poder reconstruir e nestes últimos 4 decénios os donos já tinham entregue dinheiro suficiente para construir uma nova Casa, uma nova Herdade e ainda assim, ela continuava a necessitar de obras de restauro. Os governantes nestes últimos 40 anos tinham recolhido o dinheiro e ficando com o seu dízimo, entregando as empreitadas de obras a amigos que não as efectuaram, e adjudicando a outros amigos que por sua vez sub-adjudicaram, cada um deles retendo a sua parte e sub-contratanto até o empreiteiro final, que quando ia trabalhar a obra não tinha dinheiro suficiente para a realizar.

O caseiro, a governanta, o mordomo e o jardineiro, entre outros, realizavam grandes festas com o dinheiro dos donos que trabalhavam fora e enviavam todos os meses dinheiro para que a herdade permanecesse limpa, asseada e digna e ainda para que a recuperassem. E quando este dinheiro não chegava, vendiam jóias e obras de arte de imenso valor para poderem fazer jus às despesas  

De 4 em 4 anos os donos da Casa renovavam o contrato do caseiro, da governanta, jardineiro e do mordomo, ou não renovavam e contratavam outros. Eles sabiam do que se passava em casa, mas não viviam lá. Achavam que quem vivia lá é que se devia preocupar, por isso foram deixando andar.

No dia em que se soube que os donos estavam a pensar no regresso à Herdade, o caseiro, que não queria ser apanhado pelos roubos que fez, despediu-se!

Aproveitando a oportunidade e com passos de coelho, um novo pretendente iludindo os donos com promessas de cuidar melhor do jardim, da casa, do recheio e das jóias de família, bem como em manter o aspecto da herdade em condições superiores às que estavam a ser cuidadas, garante o lugar de caseiro.
Para que pudesse pôr e dispor a seu bel-prazer de toda a herdade, seguiu as indicações sábias do jardineiro que tratava do jardim e aparava a relva, ao qual os donos da herdade nunca deram importância, mas que lhe motivou um ódio profundo e uma sede de poder.  

O "Relvas" conforme era carinhosamente alcunhado pelo caseiro, apressou-o a convidar uma governanta para formar uma aliança, de forma a fechar as portas para que não tivesse que dar cavaco ao mordomo que também já não queria saber de nada a não ser que o seu ordenado fosse depositado todos os meses.   

O caseiro não sabe como é que ganhou o lugar, mas não deixa de se vangloriar de tal feito. Pessoa iletrada e completamente estúpida não se apercebe de que todas as suas acções estão a ser controladas pelo fantasminha gaspar que o assombrava desde os tempos de estudante e sabendo que detém um poder supremo sobre o caseiro depressa o começa a indrominar.   


Lá fora os vampiros pairavam e batiam à porta para entrar, com promessas de lhes dar mais e melhores condições e de satisfazer qualquer desejo que tivessem, promessas de um futuro melhor, de uma credibilidade que eles não tinham, com um lugar entre os maiores da Europa e do Mundo. Um lugar na Nova Ordem Mundial!! 

A Alta Roda vampiresca, conhecido como Troika, dava ordens aos seus mais pequenos emissários, também eles já transformados há muito, sendo outrora pertencentes àquela herdade (onde trataram da contabilidade e dos dinheiros que os donos enviavam) para irem junto da casa bater à porta como humildes servos para que o caseiro, a governanta e o mordomo os ajudasse a impedir a ira divina que se transformaria num Armagedão que destruiria a herdade, deixando-a estéril.

Aconselhado pelo jardineiro, que ambicionava o poder de se tornar vampiro e pelo fantasminha que já tinha frequentado a Alta Roda Vampiresca, o ignorante caseiro logo acedeu a aceitar a ajuda convidando os vampiros a entrarem. 
A governanta sorriu (pois a responsabilidade era do caseiro). O mordomo anui! no fim e ao cabo era refém da situação, pois ele já se tinha socorrido daqueles velhos amigos que lhe valeram uma boa vida e tinha sido dos primeiros a roubar os proprietários pelo que só queria que o deixassem em paz e que não lhe tirassem o que ele já tinha. Para não mencionar o facto de que tudo era bom desde que parassem de lhe bater à porta a interromper o seu descanso!

O jardineiro, esse não parava de contentamento, motivado pelo ódio tenta vender na feira da ladra tudo o que de valor havia dentro de casa, inclusive uma televisão!

Desta forma - com base em mentiras, logros e “faz de conta” - os vampiros, para nossa triste sina, foram formalmente convidados a entrar em nossa Casa. Casa essa onde nesta altura são reis e senhores, onde põem e dispõem, onde ditam as regras e onde todos naquela casa obedecem de forma servil e ultrajante para o ser humano, embora alguns sejam autênticas víboras e que lhes assente bem andarem a rastejar para não serem devorados!  
Por forma a evitar o iminente massacre de todas as pessoas da casa o gaspar sugeriu aos vampiros que em vez de matar e sugar o sangue das pessoas que tomavam conta da casa, e que os tinham convidado a entrar, poderiam sugar o sangue de 10 milhões de donos num manancial quase inesgotável. Para tal, bastaria poupá-los que ele iria assombrar os donos no seu regresso a casa com cenários apocalípticos para que eles se prontificassem em darem-se ao sacrifício para salvar a Herdade em nome da pátria, da família e da independência da Herdade.   


Como toda a boa história que inclui vampiros, também aqui e nesta realidade mundana e cada vez mais sufocante que se vive nos burgos deste rectângulo periférico da Europa, os vampiros aguardaram à porta sem entrar, sem o fatal convite de dentro da casa!
Uma vez convidados, cabe-nos a nós (donos da Herdade e da Casa) tomarmos a decisão de como iremos regressar à nossa casa. Se como cordeiros ou como lobisomens

Por mim vou esperar a noite de lua cheia!

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O ESTADO NOVO DE NOVO?



- As medidas foram afinal percebidas, mas não aceites Srª Profª Drª, e não foram aceites por uma larga maioria dos jornalistas que se preparavam para fazer a cobertura deste evento. Entre outros que perceberam mas optaram por sair estavam os jornalistas do Jornal Público, da Agência Lusa, da Antena 1 e da TSF.

BEM HAJAM!

E depois era só no tempo de Salazar que havia censura!!! 

PORTUGUÊS ACUSADO DE TERRORISMO

Há um português detido em Londres acusado de terrorísmo!!

O governo ordenou uma contagem do executivo suspirando de alívio quando ninguém faltou à chamada! LOL!!!

Obrigado Inglaterra, se não se importam continuem a tentar! :)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

QUEM É O MELHOR DO MUNDO?

A permanente dúvida actual sobre quem é o melhor do mundo, é uma questão sempre controversa. Depende muitas vezes de tendências clubísticas, nacionalistas, gostos pessoais e outras variantes.

Pessoalmente, gosto do futebol de Lionel Messi, no entanto, concordo com José Mourinho quando afirma que a diferença entre Messi e Cristiano não é de 4 para 1 conforme atestam as conquistas da bola de ouro.

Talvez influenciado pelo factor nacionalista, mas um jogador que ganha o Campeonato em Espanha, derrotando o principal adversário e rival, que fez uma época extraordinária, abnegado na sua entrega ao jogo de uma forma apaixonada, que marca golos de levantar estádios, que corre, dribla, cabeceia, chuta com os dois pés, assiste, defende, recupera, ataca… em suma um jogador completo, talvez o jogador mais completo que existe. Um jogador mais completo que Messi, sem dúvidas, um jogador capaz de assumir vários papéis em campo e mesmo dentro de uma equipa, um jogador assim e com as conquistas efectuadas no ano a que se refere o prémio deveria ter ganho esse prémio, principalmente quando o rival não ganhou nada de tão relevante!

Messi por outro lado, tem um futebol “perfumado”, um futebol mágico, um futebol onde a bola lhe presta completa vassalagem de cada vez que ele a “cola” ao pé. Um jogador com um manancial tremendo de um futebol fenomenal.

Não deixa de ser injusto estar a querer eleger o melhor do mundo em jogadores com características tão diferentes! E eles são muito diferentes!
Por esta razão, sou da opinião que este prémio não deveria existir nestes moldes.
Porquê? Porque é injusto!
Porque o futebol é um desporto colectivo, porque um jogador sozinho não faz nada em campo!

Como se pode comparar um guarda-redes que é um elemento fundamental no sucesso da equipa, com o avançado que detém os louros quase todos? Não se pode!
Como se pode comparar um defesa com um avançado? Não se deve!
É a mesma coisa que comparar o carpinteiro com o pedreiro e dizer qual deles é melhor!

Mas mesmo o melhor guarda-redes do mundo depende dos jogadores que detém à sua frente!
Porque se diz que o Cristiano Ronaldo ou o Lionel Messi são os melhores do mundo em detrimento de jogadores que lhes ganham lances e lhes cortam jogadas - gorando os seus intentos em marcar ou dar a marcar golos - numa percentagem bem mais elevada daquela que eles os dois juntos conseguem produzir para finalizar ou fazerem as assistências?

Talvez porque o futebol é um jogo de paixões e o seu sal é o golo!
Talvez seja por isso quem joga mais perto do golo tem tendência a provocar mais paixão, Talvez seja a razão por que se perdoa mais facilmente a um avançado que falha um golo de baliza aberta, que ao guarda-redes que falha uma defesa fácil.

No entanto poucos sabem que uma equipa de futebol começa-se a construir na sua zona defensiva, que os jogos se ganham a meio-campo, mas é no ataque que se marcam golos!!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

NO TOPO DA MONTANHA


Não há muitos anos, confessava que me sentia no topo de uma montanha. Na qual segurava os meus pais na parte descendente e na outra o(s) meu(s) filho(s) na parte ascendente. Como se os meus braços fossem cordas em que um dos braços impedisse uns de cair, e o outro os ajudasse a subir. Confessava, também, que com esta analogia quereria expressar que não queria que uns envelhecessem e que os outros crescessem. Sentia-me em perfeito equilíbrio comigo, com a vida, com o universo.
No entanto a lei da vida, impede-nos de controlar o factor tempo e com ele todos nós envelhecemos, acabando por perder pessoas que nos são queridas e mais que isso, pessoas que nos são essenciais.

A vida, que nunca ninguém disse ser justa, mas que simplesmente merecia ser vivida, extingue-se da mesma forma como é gerada, de um momento para outro!
Deixando em quem por cá continua as boas memórias, o amor transmitido, o agradecimento por tudo o que fez por nós, o privilégio de ter privado com ela, a saudade envolta em nostalgia que nos causa tristeza, mágoa e dor. Uma dor imensa, uma dor diferente de qualquer outra dor, uma dor intrinsecamente sentida, uma dor que arrancou um pedaço de mim!

Sempre disse, e continuo a afirmar que choramos por egoísmo, choramos por nós, não por quem parte. No entanto, egoísmo maior é querer que a pessoa continue entre nós sofrendo quando já deu tudo o que nos tinha para dar.

O equilíbrio, de que falava quando me encontrava no topo da montanha, desfez-se no passado dia 27 de Dezembro 2012, estou convicto que foi a minha mãe que largou a minha mão, que não fui eu que não a consegui segurar e isso conforta-me bastante. Lutou, até à exaustão, para estar presente connosco em datas importantes como o meu casamento e o Natal. Natal, essa data que ela gostava imenso por lhe permitir ter a família toda presente, marido, filhos e netos todos juntos à mesa, em que todos sem excepção lhe cobiçavam o seu arroz doce, o melhor do mundo e arredores!
Sentados à mesa todos na brincadeira e em amena cavaqueira, ouvindo e contando histórias e "implicâncias", algumas hilariantes, de infância, do 'nel e da 'nina - forma carinhosa como os meus pais se tratavam - fruto de uma vida conjugal de 53 anos.
Lutou para além do que todos expectavam, para espanto dos médicos e nosso gáudio fintou a ceifeira por mais de uma vez com uma força sobre-humana, com uma força própria de mãe, esposa e avó, com a força de quem quer e como uma força da natureza que escolhe o seu próprio destino e a hora em que há-de partir.

Com os meus irmãos, recapitulamos episódios, alegrias, tristezas e invariavelmente vem a dúvida, olhamo-nos nos olhos e surge a questão.
- Que poderíamos ter feito pela mãe?

Todos achámos que tínhamos feito tudo o que podíamos, que lhe tínhamos proporcionado todos os desejos que nos partilhou e isso deixa-nos em paz!
No meio de tanta dor, a conclusão chegada é como um baptismo que nos lava a alma e nos purifica os corações.

Um tio nosso disse “Quem vive em paz, não tem necessidade de gritar” e esta frase faz todo o sentido, nesta frase talvez esteja a base da serenidade e tranquilidade que agora sentimos!

Diz-se que no topo da montanha se pode tocar nos céus, assim sendo, irei lentamente voltar ao equilíbrio no topo desta montanha. Agora não quero sair, tenho mais motivos para ficar, pois ainda seguro o meu pai e permaneço mais perto da minha mãe!

Uma nova estrela brilha agora nos céus para nos alumiar o caminho e para nos lembrar que uma pessoa é muito mais que aquilo que transparece ser, uma pessoa é o somatório do que era, do que deu e do que fez. E ... era minha mãe, deu-me dois irmãos, e fez o meu pai feliz!!

Adeus Mãe!