terça-feira, 19 de junho de 2012

HÁ FRASES QUE FICAM



Dizia Voltaire que “a Pena era mais forte que a espada”, no entanto, nos dias de hoje a pena (escrita) foi quase toda ela dominada pelos políticos. 
Na sábia forma de quem idealizou a democracia, existiam três poderes separados e autónomos. O Poder Executivo (governo); o Poder Legislativo (parlamento); o Poder Judíciário (Tribunais – para que ninguém estivesse acima da Lei). Mais tarde,  os intrépidos senhores das “penas” auto-intitularam-se como 4º poder, o Poder da imprensa/informação, porque o que escreviam e era lido pelos cidadãos, punha a nu vergonhas e trafulhices dos governantes e não só. Isto, deu à população a falsa ideia que controlavam os outros três poderes e muitos perceberam então que afinal Voltaire sabia do que falava.
Após o desbravamento inicial e necessário para poder abrir caminho para se impor e ganhar a confiança dos demais, o poder da pena, o quarto poder, o poder dos media vendeu-se e acabou por ser açambarcado num mega poder que ainda hoje perdura, o Poder Político. O poder político que usa e abusa da autoridade legitimada entregue de bandeja pelo próprio povo. 
Em Portugal, o poder político controla a Política, a Justiça, o Parlamento, os Media, e até os sindicatos, pelo que a pena deixou de poder fazer o trabalho que lhe estava destinado. 

Os sindicatos falam, estrebucham, dizem que é uma vergonha, mas no final são farinha do mesmo saco e nalguns casos pessoas que diziam que defendiam e a estavam com a classe trabalhadora, trocaram os seus pregões por um lugar em partidos.

Os media são controlados por partidos políticos e quando algo é dito ou escrito sobre governantes são pressionados pelas Administrações, Direcções ou editores para abafarem casos que poderiam melindrar pessoas do parlamento que de transparente e honestas têm muito pouco.

Os tribunais, rendem-se a pressões e é notório que em Portugal há pessoas acima da Lei.

O poder legislativo e executivo é tudo farinha do mesmo saco, mudam as moscas o resto mantém-se.

Tudo o acima descrito é em Portugal um só Poder o poder governativo, o poder autoritário que de democrático pouco ou já nada tem.
O pior, é que em Portugal quase todos devem favor a todos e por ameaças, influências e clientelismo todos são pressionados a fazerem o que quem manda realmente em Portugal quer.  

Em Portugal o Poder Governativo é o testa-de-ferro de Patrões e Banqueiros e isso é que me preocupa a sério!  

Valha-nos a Selecção Portuguesa no Europeu 2012, pois enquanto for ganhando, ninguém presta atenção ao que se está a fazer em termos legislativos em Portugal.
Quando acabar o Euro 2012, talvez descubram - por exemplo – que o PR promulgou o novo código de trabalho e que facilitou ainda mais o desemprego para que os Patrões possam demitir sem ser necessária justa causa, podendo ainda voltar a contratar o mesmo empregado para o mesmo posto de trabalho por metade do ordenado. Isto se tiverem a sorte de serem re-contratados.  Mas enquanto a selecção ganhar tudo está bem e em festa.  

“Não perguntes  o que o teu país pode fazer por ti, pergunta antes o que tu podes fazer pelo teu país” disse John Kennedy .

Enquanto Voltaire não voltar a ter razão, eu não darei razão a JFK 

1 comentário:

  1. o poder da pena dividiu-se, e o povo também...
    vale a pena ler o teu texto onde nos revimos todos, todos os que não se vendem!!!
    o poder actual, esse, como bem enfatizas, esta preso numa rede de favores... e, tristemente, a 'pena' a servi-los...

    ResponderEliminar