segunda-feira, 25 de junho de 2012

A PURIFICAÇÃO DO DINHEIRO


Leio perplexo a notícia que o Vaticano tem um banco com ligações à política e à máfia que funciona como off-shore, onde os titulares das contas estão no anonimato e ao qual as autoridades nada mais podem fazer do que pedir informações sobre depósitos efectuados ou contas movimentadas de outros bancos para o banco do Vaticano. Informações essas que nunca são dadas e pedidos que nunca obtêm resposta. 
O padre multibanco, conforme já é conhecido em Itália, gere 57 contas do banco do Vaticano, 13 delas abertas no próprio Banco dentro da cidade do Vaticano.  Não há auditorias, o único que pode ordenar é o Papa, porque é o dono do banco, mas o agora Bispo de Roma que herdou as sandálias do pescador - para as deitar fora e usar uns sapatos de marca prada - só se interessa pelo lucros gerados pelo Instituto para Obras e Religião (vulgo, Banco do Vaticano).

Excomungo o facto da Igreja Católica na sua ganância – que já se sabia e pela qual é bastante conhecida – tivesse descido ainda mais baixo, perdendo totalmente o decoro, a humildade e a decência ao não recusar dinheiro “sujo”, proveniente de redes de prostituição, tráfico de drogas, dinheiro da máfia siciliana, etc. 
Mas para a igreja não há dinheiro “sujo”, a origem é que pode ser má e há que o transformar em dinheiro bom! Quem mais que o banco do Sumo Pontífice para exorcizar os demónios do dinheiro, ganho pela prostituição de crianças e mulheres traficadas, sujo com o sangue de pessoas que travaram guerras contra os traficantes de droga, tentando impedir que vidas inocentes fossem destruídas antes de se iniciarem consumo da droga.  Que dizer a um bispo Mexicano que proferiu as seguintes palavras “… já conheci casos em que [o dinheiro] se purificou!” ?!?! 

Talvez, "Por muito que o asno queira ser cavalo, há-de ser sempre asno"!!

O mundo moderno é um pouco conforme Karl Marx previra, um mundo em decadência, um mundo possuído e consumido no seio da própria ganância, uma ganância que não escapa à igreja. Uma igreja que em vez de defender os mais necessitados, purifica dinheiro (a lavagem de dinheiro só ocorre em bancos não religiosos), aos mafiosos e criminosos, que depois servem para práticas de suborno e operações ilegais compensatórias das quais advêm rendimentos avultados.

O mundo inteiro vendeu as suas ideologias a troco de dinheiro e/ou de posições de poder, a Igreja que apregoa o bom-senso e o amor entre pessoas, entre povos, usa os seus fiéis, prometendo a vida eterna para que continuem a prestar os sacrifícios e – mais  importante – os donativos. 
“Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o reino dos céus”. Nunca uma passagem da Bíblia esteve tão certa, e a igreja sabe quem pode explorar, apregoando doutrinas que não segue, condenando práticas que executa. Os crentes, esse pobres de espírito, mais não são que moscas numa teia onde a Igreja Católica é a aranha que sem dó, nem piedade - mas sempre em nome dos superiores interesses de Deus - usurpa dos parcos recursos numa morte lenta e agonizante para lhes sugar tudo o que possa alimentar esta máquina, esta indústria. Não admira pois, que cada vez mais pessoas "percam a fé!" 

A igreja Católica, como uma religião universal (pois o seu nome provém do grego Katholikos que significa universal) tem por base apregoar a Bíblia, o novo testamento e a vida de Cristo da forma que os evangelhos a rezam. Ora, Jesus Cristo é-nos apresentado - pela própria Igreja Cristã - como uma pessoa íntegra, incorruptível, amiga e honesta. Não encontro nenhum destes atributos à Igreja que diz representá-Lo!! 

Interrogo-me se a Igreja não lê a Bíblia! E se leu, talvez já se tenha esquecido duma passagem do livro sagrado quando Jesus Cristo expulsou da casa de Seu Pai os mercadores e vendedores que lucravam dinheiro aproveitando a fé das pessoas que lá iam pelo culto da religão e procurando a paz de espírito.  

Seria bom de ver Jesus Cristo caminhar hoje em dia pela cidade-estado e ver o quão em vão é usado e evocado o nome de Deus. 
Interrogo-me se no mesmo instante lançaria a praga final do apocalipse, a chegada dos quatro cavaleiros, o tempo da justiça final, inexorável!! Ou, se simplesmente ergueria os braços ao ar, olhando para os Céus proferindo: 

- “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem!!” 

1 comentário:

  1. um relato completo, tão completo quanto uma descrição dos antes, meios e depois, dos onde, como e porquê, dos que fazem e dos a quem se faz!!!
    uma crónica denunciante do que ainda convém a muitos não perceber...
    não sei se têm perdão... mas era bom que lessem cada palavra, cada parágrafo deste texto claro que fala do obscuro mundo da pretensiosa luz...
    muito bom de ler, como sempre!

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