Muito tem acontecido ultimamente com vários membros deste
local mal governado a deixarem o flanco a descoberto mas que por notória falta
de tempo não tenho tido oportunidade de comentar.
Depois desta pequena introdução – que mais não é que um
subtil pedido de desculpas a quem me segue – vamos ao que interessa.
CAMPEONATO EUROPEU 2012
É triste, medíocre e até me atrevo a adjectivar medonho,
que se esteja a colar à Selecção Nacional o epíteto de salvadores – caso sigam
longe na prova – de Portugal.
Em primeiro lugar o slogan 11 por todos, todos por 11 é uma hipérbole
de mau gosto para os cidadãos nacionais a viver em Portugal. Alguém no seu
devido e perfeito juízo pode sequer imaginar que a crise instalada em Portugal,
provocada pela gula de certos políticos e governantes seja dissipada na
hipotética hipótese (perdoem-me este pleonasmo propositado) caso a Selecção das
Quinas vença a prova?
Faz-me lembrar o tempo de Salazar em que para o povo
esquecer a miséria em que vivia, se propagandeou os famosos 3 efes (FFF) – Fátima,
Fado e Futebol – que mais não era que uma forma de deixar o povo, então a viver
no analfabetismo, todo contente e orgulhoso com estes três ícones desta praia
Lusitana.
As pessoas deixaram de ser analfabetas e passaram a ser
iletradas, e agora mais que nunca se usa campanha política para iletrados.
Factos manipulados, culpas atiradas para outros governos, quando nós sabemos
que os governos foram sempre os mesmos. Nunca fomos bem geridos enquanto povo e
muito menos enquanto nação.
Portugal é hoje, como sempre foi desde o 25 de Abril de 74
um país onde o governo, se chama governo porque na realidade eles se governam,
deixando aos seus concidadãos os legados das dívidas mas nunca lhes foi deixado
um quinhão das riquezas.
Portugal é hoje um país onde se apregoa o sacrifício, a
necessidade de reduzir salários para enfrentar o monstro da dívida externa, de
cortar salários (13º e 14º mês) a funcionários públicos e abrirem as portas
para que as empresas privadas possam fazer o mesmo, um país que não deixa os
seus contribuintes decidirem sobre os descontos para a sua reforma, mas que não
sabe se nos pode oferecer uma reforma, um país onde se fecham centros de saúde
e hospitais, quiçá para que os idosos morram e assim deixem de pagar as miseras
reformas que lhes são mais que devidas e justas, para depois pagar reformas
milionárias a quem esteve no governo, que deixa acumular essas mesmas reformas
com ordenados mulit-milionários em empresas públicas recentemente privadas.
A culpa é do remador que sempre tentou remar para a frente
enquanto em vez de se investir em mais remadores para melhorar a performance do
barco, se apostou numa equipa de timoneiros para marcar o passo ao remador e em
mais uns quantos elementos para monitorarem e avaliarem a qualidade do remador.
Nunca se lembraram que cada pessoa que colocavam no barco aumentava a carga sobre
o pobre do remador.
De ordenados multi-milionários sabem muito bem os jogadores
de Portugal, sabem que há portugueses a entregar as casas ao banco (média de 25
por dia), tem pena, são solidários mas mais nada!
Do Portugal real, conhecem muito pouco, alguns quase já nem
se lembram da sua infância e das dificuldades por que alguns passaram.
A Federação Portuguesa de Futebol, sublinho Portuguesa
de PORTUGAL gasta uma diária de cerca 33 mil euros (a Selecção que mais gasta em
diárias neste Europeu) no complexo desportivo onde se fixou para jogar o
Europeu, a título de curiosidade a Espanha (campeã da Europa e do mundo em título) gasta cerca de 4.700 EUR de diária.
EU ACREDITO que a bem da nação, façam 3 jogos e voltem para
casa para umas merecidas férias, porque depois acusam o desgaste provocado e a
clubite instala-se, e os adeptos anuem que o rapaz não teve férias…
Há uma linha que separa o “vamos lá” do “até já”!
Concordo com a expressão "Merecidas férias". Nós precisamos de férias de futebol de mau gosto e de slogans quase ofensivos para o comum cidadão.
ResponderEliminarProposta de slogan "todos os 10 milhões a pagar férias a 11 mais 12, mais técnicos e mais uns quantos que não tinham emprego e gravitam por lá"
Pois, é caso para dizer e aposto mais neste slogan "este País é pequeno demais para haver tanta gente a roubar"
ResponderEliminaresta crítica vem na hora certa! quando a percentagem de pobres aumenta, os poucos que andam na nata de cima acumulam cada vez mais riqueza... enfim! vamos acreditar que um dia muda alguma coisa a favor da atenuação da diferença...
ResponderEliminaro problema é que as crises são criadas por poderosos (pessoas ou entidades) que se aproveitam dessas próprias crises para se enriquecerem ainda mais - fomentando o medo e a precariedade em prol de um sustento miserável - aumentando ainda mais a diferença entre quem é rico e quem está mais pobre.
ResponderEliminar