quarta-feira, 24 de julho de 2013

A REMODELAÇÃO I

A REMODELAÇÃO I (1 para mim pois para o governo já vai na sétima)



Atravessou o Atlântico com a disposição de "arregaçar as mangas e trabalhar", trabalhar em prol de uma economia debilitada. Com um carácter e humildade raras em política, talvez por não pertencer a nenhuma filiação política, cedo foi minado pelos seus pares, "assaltado" e destituído de ferramentas essenciais para poder exercer aquilo a que se propunha!

Foi acusado de não fazer nada pelo desemprego, de não fazer nada pela economia nacional e foi pedida a sua "remodelação" deste cedo.

Deixou que fosse o PM a tomar os louros do acordo de concertação social - que ele conduziu - preocupou-se com a política de terra queimada que o seu colega das finanças e o PM estavam a conduzir, lutou pelos fundos europeus (QREN) que o seu colega das finanças lhe queria usurpar, pediu uma baixa de impostos, nomeadamente no IRC para estimular a economia e diminuir ou estancar o desemprego, foi contra as portagens nas ex-scuts, revelou-se contra alguns lobbies, tráficos de influência e alguns conflitos de interesses instalados ou que se preparam para instalar. Os jornais dizem que ele foi "remodelado", tenho para mim que foi ele próprio que remodelou o governo, até porque já estava fora do país quando Paulo Portas se iRevogou... mas com a sua humildade e carácter deixou-se ficar com o rótulo de "dispensado"!

Saiu, o que considero, um ministro íntegro e honesto. Honesto e ingénuo, ao ponto de defender na sua tese de doutoramento que as medidas extraordinárias lançadas pelos governos (anteriores) e criticadas pela oposição (que entretanto passaram a governo), mormente no que concerne a impostos, raramente são revogáveis pois contam com essa verba para o OE (e.g., entre outras, recordo-me do PEC lançado pela Ferreira Leite e que o PS tanto criticou mas que Sócrates não revogou)

O autor do Blogue "Desmitos" irá voltar, concerteza, para Vancouver - cidade onde vivia antes de ser Ministro - e talvez regresse ao Canadá menos ingénuo, do que quando chegou, talvez sabendo que Portugal precisa mais dele que ele precisa de Portugal!

Assim, a plutocracia continua a ganhar força por cá, e enquanto não re-invertermos (ou quiçá talvez até re-inventar) a democracia, enquanto não formos governados com decisões do povo, pelo povo e para o povo, continuaremos a ser .... nada, nem ninguém! .... somente um número!

Parafraseando Torres, "deixem-me sonhar..."



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